Agosto 2017-2 | Revista O Meu Bebé

Agosto 2017-2

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  DESENVOLVIMENTO  

Boas Férias!

Fatos-de-banho, calções, t-shirts, protetores solares… As malas estão prontas! Mas, para que as férias sejam seguras para a criança, é preciso levar também todos os conselhos dos especialistas.

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PREVENÇÃO
1 Em algumas zonas, o mar não está limpo. Quais as precauções que deve tomar? E na praia, pode tirar o fato-de-banho à criança?
Alguns estudos demonstraram que tomar banho no mar não traz tantos problemas, em relação ao aparecimento de conjuntivite e de infeções cutâneas, como permanecer sentado na praia, uma vez que a areia quente e a humidade do fato de banho favorecem a multiplicação de gérmenes.
• Depois do banho as crianças devem sentar-se numa toalha limpa e seca, e, de preferência devem ter o fato de banho vestido quando brincam, pois ainda que esteja molhado, seca rapidamente com sol.

2 Quando é que o bebé pode tomar banho no mar pela primeira vez? E na piscina?
Até aos 3 meses, o sistema termorregulador da criança ainda não está completamente estabilizado. A temperatura do mar deve estar mais ou menos como a do banho em casa, por volta de 36ºC (cerca de 10 a 15ºC mais do que a temperatura média do mar Mediterrâneo e do oceano Atlântico, respetivamente, durante os meses de julho e agosto).
• O melhor é pôr uma banheira insuflável, com água aquecida pelo sol. A piscina apenas deve ser utilizada se for climatizada.

3 Paragem digestiva: é preciso esperar três horas antes de tomar banho?
Devemos acabar com este mito que ainda hoje preocupa as mães. As crianças podem tomar banho imediatamente depois de comer, sempre e quando a água não esteja demasiado fria.
• Não é necessário esperar duas ou três horas, a menos que a refeição tenha sido realmente abundante, tornando, portanto, a digestão pesada. A chamada “paragem digestiva” é produzida por um choque térmico que provoca a interrupção da irrigação sanguínea no cérebro, assim como uma descida brusca da tensão e consequente perda de conhecimento.

4 Quais as precauções que deve tomar nas viagens de longo curso?
As condições higiénicas dos hotéis e dos sítios que visita são um dos fatores a que deve prestar especial atenção.
• Uma das principais precauções é que as crianças bebam apenas água engarrafada. Deve evitar sempre as bebidas com gelo e lavar as frutas e as verduras com água corrente. De qualquer modo, o melhor é consultar o pediatra, com antecedência, sobre o destino escolhido, para que os possa aconselhar sobre possíveis vacinas necessárias e os medicamentos que devem levar na mala.

SEGURANÇA
1 Os parques de campismo são adequados para as crianças?
As regras básicas consistem em utilizar o senso comum e a prudência. Muitas vezes os parques de campismo oferecem grandes vantagens: se estiverem situados junto ao mar, por exemplo, facilitam o percurso até à praia e pode andar sempre de fato de banho e t-shirt; é também muito mais fácil, para todos, estabelecer relações sociais. Seja na tenda, caravana ou bungalow, o importante é que os pais se sintam bem, para poderem enfrentar os possíveis contratempos com a melhor das disposições.

2 É verdade que é melhor não levar as crianças à montanha?
Até ao primeiro ano, o ideal é ficar por uma altitude média, entre 700 e 900m de altura.
• É bom recordar que, em alta montanha, a ação dos raios ultravioleta aumenta. É indispensável dar muitas vezes água às crianças, ainda que a sensação de sede seja menos acentuada.

3 Quando o trajeto de carro é longo, como tornar a viagem mais amena?
• É conveniente efetuar breves paragens, que permitam ao condutor descansar e, ao mesmo tempo, distrair as crianças.
• O ideal também é conduzir durante as horas mais frescas. Viajar de noite, por exemplo, se o adulto que conduz se sente seguro das suas condições físicas e da sua concentração, facilita o sono das crianças e reduz o aborrecimento próprio de uma viagem para os mais pequenos. Não se esqueça de levar alguns brinquedos e os peluches preferidos dos seus filhos.

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ALIMENTAÇÃO
1 Quais as precauções que deve tomar para evitar as dores de barriga no verão?
A causa deste problema é, habitualmente, uma alimentação irregular.
• Durante os meses mais quentes é necessário optar pelo consumo de frutas e verduras da época, escolher alimentos ricos em água e recorrer aos cereais como refeição, em saladas de massa, arroz, cevada ou outros.
• Também é necessário que a criança receba uma quantidade adequada de cálcio na sua alimentação, pelo que deve dar-lhe diariamente leite ou derivados.

2 Os churrascos são recomendáveis? E os alimentos fritos?
Cozinhar na brasa é saudável, sempre e quando não utilize gorduras e condimentos na sua preparação. No entanto, é preciso tomar algumas precauções:
• Procurar não tostar demasiado os alimentos: a crosta estaladiça que se forma à superfície, é, na verdade, uma queimadura prejudicial para a saúde.
• As formas ideais de cozinhar os alimentos são: a vapor, no forno e em papelote, e deve dar preferência ao azeite virgem como tempero. Também pode usar especiarias (e reduzir o sal) para que os pratos fiquem mais saborosos. No entanto, é sempre melhor evitar os fritos.

3 Quanto tempo se deve manter o leite no biberão (fora do frigorífico) durante o passeio?
• O mais importante é reduzir o risco de contaminação do leite de fórmula (em pó) durante a sua preparação, ou seja, assegurar o máximo de higiene neste processo. Se for preparado com antecedência, deve ser conservado a 4ºC ou menos no frigorífico, por um período não superior a 30 horas, e, se for necessário, aquecê-lo imediatamente antes de o dar à criança.
• Pelo contrário, se vai ser mantido à temperatura ambiente, não deveria conservar-se para além de 4 horas, embora seja preferível conservar a água quente num termo e preparar o leite no momento de dar o biberão ao bebé.

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SAÚDE

Viajar com os filhos

Explicamos-lhe como pode garantir a máxima proteção e o bem-estar do bebé durante os seus percursos para os destinos de férias. A viagem será um sucesso!

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CARRO
As famílias que se deslocam de automóvel devem tomar algumas medidas para garantir que a criança tenha uma viagem não só agradável, mas, principalmente, segura.

Organização
As crianças que viajam de carro devem sempre usar uma cadeira-auto. E é importante saber que os acidentes de trânsito constituem a primeira causa de morte na Europa na faixa etária dos 5 aos 13 anos. No entanto, a utilização correta dos sistemas de proteção infantil pode azer a diferença.
A utilização das cadeiras-auto e dos assentos elevatórios reduz o risco de mortalidade em 69%, no caso dos bebés menores de um ano, e 47% na faixa etária de 1 a 4 anos.
Uma criança que viaja “solta”, seja no carro ou nos braços de um adulto, encontra-se em perigo. Um choque insignificante ou uma travagem brusca podem ser o suficiente para pôr em perigo a sua saúde e mesmo a sua vida. Quando um automóvel circula a 50Km/h e embate num obstáculo, o veículo detém-se, porém, os corpos dos passageiros continuam a deslocar-se a 50Km/h. A esta velocidade, a massa de uma criança que pesa 10Kg traduz-se em 400Kg, ou seja, não há braços capazes de segurar este peso. No geral, o corpo da criança choca contra o obstáculo, normalmente o para-brisas, à mesma velocidade a que o veículo circulava. Frequentemente a colisão é tão violenta que lança a criança através do vidro do para-brisas para o asfalto. Do mesmo modo, se é o adulto quem leva a criança nos braços e não tem o cinto de segurança colocado, o seu corpo bate no da criança, esmagando-o contra o interior do veículo.
Como tal, a criança deve viajar com um sistema de proteção infantil adequado ao seu peso e idade, para garantir a máxima segurança durante as deslocações.

Bem-estar
Para que a viagem não se torne demasiado cansativa, podem sair bem cedo, de manhã, de modo a que o bebé, assim que estiver bem sentado na sua cadeira, possa voltar a adormecer. Se se tratar de uma viagem longa, é indispensável programar algumas paragens (de duas em duas horas, aproximadamente), para permitir que a criança saia do carro, se distraia e caminhe um pouco.
E se enjoar? Certifique-se que no interior do veículo não há cheiros fortes como o da gasolina ou mesmo o do ambientador do carro. Diga às crianças que olhem pelo para-brisas da frente e não pela janela lateral. Também é importante que, ao viajar, não tenha o estômago vazio ou demasiado cheio. Durante o percurso, pode oferecer-lhe alguns alimentos secos de fácil digestão como bolachas, tostas ou palitos de pão. Para que a criança se sinta mais aliviada, também pode baixar a temperatura do carro, e eliminar a humidade através do ar condicionado, usado com moderação. Evite também as mudanças bruscas de temperatura entre o interior e o exterior do carro.

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AVIÃO
Para os mais velhos, viajar de avião é uma autêntica aventura.

Organização
Viajar de avião não tem contraindicações, nem mesmo para os mais pequenos. Apenas deve prestar muita atenção para evitar que o bebé apanhe frio.
Os mais pequeninos podem viajar no colo dos pais ou usar as cadeirinhas especiais. Muitas companhias dispõem de muda-fraldas na casa de banho.
• Se a criança já não é amamentada, é preciso ter em conta que existe um limite de transporte de líquidos: não pode superar os 100ml. Se o seu filho estiver sujeito a uma alimentação especial à base de líquidos (por exemplo, devido a alergias) deve levar o respetivo relatório médico.

Bem-estar
Durante a descolagem e a aterragem, devido à mudança de pressão atmosférica, a criança pode notar uma sensação de desconforto nos ouvidos.
• Para prevenir ou aliviar o mal-estar, pode dar de mamar ao bebé ou oferecer-lhe uma chupeta ou um biberão com água ou chá de camomila. Se for mais velhinho, pode dar-lhe um rebuçado.

BARCO
Andar de barco é outra experiência que pode ser maravilhosa para uma criança.

Organização
O melhor é evitar os ambientes fechados, e, se as condições atmosféricas o permitirem, passear pelo convés ou sentar-se com a criança ao ar livre. Deste modo pode prevenir os enjoos e a travessia torna-se muito mais divertida.
A maioria das companhias marítimas tem muda-fraldas nas casas de banho, para além da possibilidade de preparar papas e aquecer biberões.

Bem-estar
Se a criança enjoar enquanto passeia pelo convés, os pais podem dizer-lhe que fixe os olhos num ponto distante (a terra que se avista ou o horizonte) e que não se concentre no movimento das ondas que rodeiam o barco. Para além de evitar os ambientes fechados (em que o calor, os movimentos e os possíveis cheiros desagradáveis podem aumentar os enjoos) é bom ir comendo alimentos leves e em pouca quantidade.
Se a travessia for longa e o incómodo significativo, convém consultar o pediatra antes da viagem para que lhe receite fármacos contra o enjoo.

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COMBOIO
As crianças costumam gostar muito de andar de comboio já que aqui têm uma maior liberdade de movimentos.

Organização
Enquanto a criança estiver sentada, é necessário procurar que as saídas do ar condicionado não estejam viradas diretamente para a cabeça. Também é preciso ter cuidado com as mudanças de temperatura nas carruagens: se for muito baixa, ponha uma camisola leve ao seu filho, que depois lhe poderá tirar ao sair do comboio.
E se a criança precisar de ir à casa de banho? Se ainda usa fraldas é indispensável levar uma toalha limpa para a pousar durante a muda, assim coma toalhinhas húmidas.

Bem-estar
• Para prevenir o mal-estar provocado pelos enjoos, a criança deve viajar sentada e virada para a frente. Quando o comboio se desloca a grande velocidade, é melhor evitar olhar pela janela, pois o estímulo visual pode provocar ou aumentar o enjoo

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  SAÚDE  

Custa-lhe fazer cocó

Todas as crianças podem ter algumas dificuldades para evacuar. No entanto, na maior parte dos casos, trata-se de situações passageiras.

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Não é raro que as crianças, ainda que sejam muito pequenas, sofram de prisão de ventre, sobretudo quando tomam leite de fórmula. Só em casos muito raros é que este incómodo é sintoma de problemas graves, como o megacólon ou o hipotiroidismo congénito. Normalmente, o intestino é preguiçoso por razões de funcionamento e bastam algumas sugestões para que esta situação deixe de ser um problema persistente e doloroso, para o criança e para a família.

Como reconhecer o problema
Durante as primeiras semanas de vida, se o recém-nascido mamar ao peito, normalmente as fezes são semilíquidas, mesmo que as retenha durante alguns dias. Isto deve-se, provavelmente, ao tipo de lactose contida no leite materno. Pelo contrário, se o bebé é alimentado com leite de fórmula, as fezes podem ser mais duras, ainda que só tenha passado um dia desde a evacuação anterior. Por razões que ainda não são claras, o leite de fórmula favorece o endurecimento das fezes.
Diz-se que o bebé tem prisão de ventre quando só faz cocó com intervalos de dois ou mais dias entre si e a defecação causa mal-estar à criança, que, precisamente por isso, tenta reter as fezes instintivamente, a fim de evitar a dor que sente durante a evacuação.

Quando a causa é uma disfunção
Só em casos muito raros, a prisão de ventre é sintoma de problemas mais graves, como o megacólon congénito ou o hipotiroidismo, que consiste na carência da hormona da tiroide. Esta última disfunção pode ser diagnosticada muito cedo graças ao exame neonatal efetuado de forma rotineira no hospital, imediatamente após o nascimento. O tratamento consiste na administração da hormona da tiroide.
O megacólon congénito (ou doença de Hirschsprung) pode ter origem hereditária e implica uma grande dificuldade, e até mesmo a impossibilidade, de evacuar. A razão para esta disfunção deve-se a que uma parte do cólon não se consegue contrair normalmente por falta de determinadas células nervosas da camada muscular, o que impede a expulsão das fezes. Este problema costuma ser diagnosticado nos primeiros dias ou meses de vida e requer cirurgia.

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Sabia que…
Se a prisão de ventre surge numa criança de cerca de dois anos, no período em que está a deixar as fraldas, pode ser um sinal de rebeldia face aos pais, por tentarem habituá-la a usar a sanita.
Para resolver este problema, é preciso convencer-se de que a retenção de fezes não pode provocar o bloqueio intestinal e que, por este motivo, é possível intervir sem recorrer a métodos coercivos. O melhor a fazer é nunca falar do problema com a criança, ou à sua frente, dar-lhe substâncias que amoleçam as fezes e esperar que o seu filho supere o transtorno.

O que fazer e o que NÃO fazer
SIM.
Algumas moléculas (como a da maltodextrina e a da lactose), se adicionadas à dieta da criança em quantidade suficiente, podem facilitar a evacuação. Estas substâncias não são digeridas pelo intestino e, por um mecanismo de osmose, retêm água, amolecendo as fezes. Por isso, o pediatra pode sugerir a introdução, na dieta do bebé, de malte em pó muito fino ou, então, de lactulose, que é um açúcar artificial. Há, também, alguns fármacos à base de hidróxido de alumínio e de magnésio que podem amolecer as fezes. Estes medicamentos devem ser administrados sob prescrição médica, uma vez que, para surtirem efeito, têm de ser utilizados por longos períodos de tempo. Não provocam habituação.

NÃO. É frequente que se aconselhe a dar muitas frutas e vegetais à criança com prisão de ventre, no entanto não existem provas conclusivas da influência direta da alimentação neste tipo de problema. Portanto, deve oferecer estes alimentos à criança, mas sem insistir para que os coma a todo o custo. Por outro lado, os laxantes estão totalmente desaconselhados porque irritam o cólon e causam habituação.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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